quinta-feira, 16 de junho de 2011

MOÇÃO DE APOIO Nº 008, DE 09 DE JUNHO DE 2011 do CNS

Quem se lembra dessa entrevista do diretor do INCA, Dr. Santini? http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/blog_dos_concursados/blog/posts/sejam_bem_vindos

Refiro-me especificamente a esse trecho:


BdC - Existe alguma negociação para que o INCA consiga mais vagas, já que as 1.083 aprovadas não suprem as necessidades do Instituto?
Santini - Estamos negociando a mudança do modelo jurídico de gestão do INCA. O atual não nos dá autonomia para uma série de questões administrativas, incluindo a definição do quantitativo ideal de funcionários e de alguns perfis de que precisamos. A ideia é que seja construído um modelo que ainda não existe, inspirado nos modelos de Serviço Social Autônomo (utilizado pelo Hospital Sarah Kubitschek) e o de empresa pública (do Hospital das Clínicas de Porto Alegre).

Pois o Conselho Nacional de Saúde tirou um posicionamento oficial sobre um desses modelos alternativos. Colo  aqui a íntegra:
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE



MOÇÃO DE APOIO Nº 008, DE 09 DE JUNHO DE 2011


O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Vigésima Segunda Reunião Ordinária, realizada nos dias 8 e 9 de junho de 2011, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e

considerando a Reforma Administrativa, ocorrida nos anos 90, que prometia modernizar o Estado brasileiro, não dialogou com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde Universal quando, promovendo diferenciações entre o serviço burocrático e a prestação de serviços assumiu o primeiro bloco como função do Estado e incentivou que os demais passassem à responsabilidade da própria sociedade. Diante dessa possibilidade jurídica foi aprovada a lei que criou as Organizações Sociais.
considerando que esse projeto atingiu diretamente o SUS em princípios basilares como o do concurso público, da impessoalidade, da moralidade e da transparência, bem como dos artigos 17 e 18 da lei 8.080/90 que tratam das competências dos entes federados, no Sistema Único de Saúde.
considerando as Organizações Sociais têm reforçado e ampliado a ação patrimonialista e clientelista enfraquecendo o Estado brasileiro da Constituição Federal de 1988. Como conseqüência, o alto custo decorrente dessa ação, à princípio denominada de modernizante, atua como um instrumento político e ideológico comprometendo drasticamente o financiamento da rede eminentemente pública criando distorções na remuneração de pessoal, precarizando as relações de trabalho bem como desconstruindo e inviabilizando quase que por completo, a possibilidade de atuação sinérgica e produtiva da equipe multiprofissional em saúde.
considerando que a contratação de profissionais sem amparo legal e técnico, tem comprometido a qualidade do serviço prestado à população usuária do SUS. Os fatos observados e as informações da mídia apontam a terceirização da gestão do SUS como um dos mais importantes fatores de desvios e corrupção no sistema.
considerando que a solução dos graves problemas de gestão do SUS, passa pela regulamentação do art. 37 da CF, propiciando autonomia administrativa e orçamentária dos serviços, bem como a profissionalização da gestão com os seus próprios quadros devidamente qualificados.

O Conselho Nacional de Saúde vem a publico, e particularmente junto aos Ministros do Supremo Tribunal Federal, manifestar seu mais absoluto e irrestrito apoio a ADI 1.923 que contesta a legalidade das organizações sociais como gestores dos serviços públicos de saúde. 




Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Vigésima Segunda Reunião Ordinária.



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